11 julho 2007

vc chupa o que eu chupo?

meus almoços costumam durar uma hora e meia, e os assuntos sempre são dos mais bizarros (em geral, quase pra engasgar de rir)

outro dia discursamos sobre uma dúvida idiota (entre outras) que eu sempre tive: porque se você oferece uma chupada do seu pirulito ou sorvete pode ser que alguém aceite, mas se você oferecer uma bala (chupada) é cara de nojo na certa?

é fácil concluir que sua reação seria a mesma, mas explicar o porquê não me pareceu tão simples.

depois de hora dando as desculpas mais idiotas conseguimos chegar a uma conclusão razoável: tudo tem lados positivos e negativos, e peso nas suas decisões, até a baba alheia.

do princípio:

• chupe e ofereça uma bala e um pirulito

- semelhança: a bala e o pirulito estão cheios de baba.
- diferença: o pirulito você oferece segurando pelo palitinho, a bala com a mão

daí:

• compre um pacote de mentos, pegue uma bala (com a mão) e ofereça a alguém - ela deve aceitar a bala, mesmo tendo sido "pegada"

- semelhança: o pirulito e a bala tomaram uma "mãozada"
- diferença: a bala não estava babada

e então chegamos ao seguinte:

se os dois estão babados, eu prefiro aquele que você babou mas não botou a mão. mas se você pegar com a mão eu prefiro o que não esteja babado.

e depois de horas imaginando as mais bizarras combinações de como oferecer balas e pirulitos conseguimos concluir que, na verdade, o aceitar ou não a tal guloseima não é o fato puro e simples de ela estar babada, "pegada", suja, feia, quebrada ou não. o que importa é quanto pesa pra você cada uma dessas possibilidades.

inconscientemente a gente se pergunta:
eu conheço quem está me oferecendo a bala?
eu confio nessa pessoa?
ela é limpinha?
a bala tá babada?
ela pegou com a mão?
entre outras, e atribui peso a cada sim ou não. daí aceita ou não o doce.

e não é que a teoria se aplica à vida com maior amplitude?

você pesa mil coisas antes de aceitar um emprego, antes de trepar, de comer, de comprar um sapato, antes mesmo de publicar um post tão confuso e cretino assim.

viu? e você nem sabia que seus neurônios trabalham do mesmo jeito tanto na hora de comprar uma bolsa caríssima quanto na hora de aceitar mascar um chiclete mascado e sem gosto.