26 agosto 2006

amadora, beeeeem amadora

segunda-feira

levanta cedo. caminha até o ponto de ônibus. sobe. paga. senta.

dois pontos. entra uma senhora. senta ao seu lado. pergunta as horas. sete. fala sobre o tempo. chuvoso. profissão. desempregado. familia. mulher e três filhos. deus. católico.

despede-se. desce. respira fundo. entra. estão precisando de gente pra trabalhar? não. sai. mais uma vez. não. e outra. não. e outras tantas. não.

entra na lanchonete. senta. uma coxinha e uma coca-cola. paga. sai. volta a procurar. não estamos precisando de ninguém agora. cansa. tá foda. vai pra casa.

terça-feira

agarra o pacote. sai. entra no ônibus. pensa. abre o pacote. todo mundo quieto. passa o dinheiro. rápido. um homem levanta. calma. cala a boca. pá. cai. morre. eu mandei calar a boca. pára essa merda. pára. corre. foge. senta. olha as notas. ri. chora.

entra no supermercado. fraldas. arroz. feijão. batata. enche o carrinho. paga. sai. volta pra casa.

trouxe comida. emprego novo? não responde. prepare o jantar. toma banho. veste-se. liga a tv. assalto na linha 3032. uma morte. descrição do assassino (...). desliga. senta. come. repete. arrota.

vai pro quarto. tira a roupa. deita. a mulher ao lado. beija. aperta. trepa. goza. dorme.

quarta-feira

pacote embaixo do braço. hesita. volta. entra na venda imunda. munição. três pacotes. segue pra estação ferroviária. entra no trem. 30 minutos. desce.

pára na calçada. entra na loja. todo mundo parado. passa a grana. pá. pá. pá. dois seguranças caem. toca o alarme. sai correndo. foge.

quinta-feira

acorda tarde. senta na sala. arma em punho. olha o caçula no quintal. 3 anos. sorri. pergunta pelo mais velho. 20. na escola. a mulher pede dinheiro. o que estava na cozinha sumiu. você pegou? não.

levanta. vai ao banheiro. volta. entra no quarto. filho do meio. 15. carteira do pai na mão. larga isso filho da puta. assusta. o que você tá fazendo? não responde. ía roubar? desculpa pai, é que... pá. cai. morre.

(escrevi isso a muito tempo, talvez uns 3 anos, lendo de novo eu mudaria muita coisa, mas preferi publicar o original, acho que fiquei na dúvida sobre como fazer melhor...)

21 agosto 2006

almoça junto todo dia, nunca perde essa mania

acho que todo mundo já teve alguma briga com alguém que ama muito!!!

eu já briguei com meu pai, ficamos uns 4 meses sem nos falar, eu sai de casa, foi uma super confusão!!! mas no final tudo ficou resolvido... fizemos as pazes e eu acabei indo morar sozinha, hj nos damos muito bem... melhor até do que antes... e ele e minha mãe também aprenderam a curtir a liberdade deles... sem filha enchendo o saco!!!

o adri tá brigado com a mãe dele desde o natal de 2004, agora, com o casamento, espero que as coisas enfriem um pouco.

meu pai passou 14 anos sem falar com o irmão dele... e eu fiquei todo esse tempo sem contato com os meus primos... minha prima e eu, quando crianças, vivíamos praticamente como irmãs e um dia BUM, uma desapareceu da vida da outra... a uns 3 anos atrás nos cruzamos na rua (trabalhavamos no mesmo quarteirão) e ficamos uma olhando pra outra com aquela cara de "puts, eu conheço essa menina de algum lugar". a sensação de descobrir, depois de algumas horas, que era ela foi muuuito ruim... mas acabamos deixando pra lá!!!

uma noite eu acordei chorando, soluçando. tinha sonhado com ela. no dia seguinte comecei minha peregrinação, procurei na internet, na lista telefônica, liguei pra 102, falei com alguns parentes e finalmente consegui o telefone dela... liguei, marcamos de nos encontrar, e hj a gente se vê quase toda semana... conseguimos até que os nossos pais se cruzassem num churrasco e voltassem a ser algo parecido com irmãos... claro que nada voltou a ser como era antes, muito tempo passou, muitas coisas aconteceram, mas a mágoa e o medo acho que ficaram pra trás...

mas nessa familia ainda existe uma briga que me intriga muito... alguns já conhecem a história da prima, do tio, da tia, da vó e mais um monte de gente...

eu e a silvana, prima da minha mãe, somos muito parecidas, o jeito de pensar, os gostos, as idéias, até a bunda é do mesmo tamanho... um dia conversamos sobre isso e descobrimos que na verdade minha mãe praticamente criou ela como filha... como eu demorei 3 anos pra aparecer depois que meus pais se casaram, ela acabou como substituta.

a bunda eu não sei, mas muito da nossa personalidade foi minha mãe que ajudou a formar... e mesmo antes de saber de tudo isso, ela sempre foi como uma irmã pra mim (eu, filha única, arrumei uma tata - e até hj eu me refiro a ela assim)

mas por mil motivos que acabam numa história super complicada, ela acabou sendo afastada um pouco da familia toda...

a gente sempre se encontra, e sempre dá muita risada com as fofocas que fazem dela, de mim e de todo mundo... nessas já me arrumaram uns 3 filhos, já disseram que a sobrinha do adri era filha dele, e outras mil e uma histórias mirabolantes, uma mais divertida que a outra...

e ontem eu e minha mãe fomos na casa da mãe da tata entregar o convite de casamento... e enrolei, enrolei, enrolei, até que ela chegou... minha mãe, que é também um pouco mãe dela pode matar um pouquinho a saudade... e mesmo que eu saiba que até chegar a hora de tudo voltar ao normal ainda demora muito, eu acredito que pelo menos mais um coração conseguiu ficar um pouquinho mais aliviado!!! e o que importa é isso mesmo!!!

mas eu continuo na minha missão de paz... tentando aos poucos que todo mundo deixe de lado todas as mágoas e consiga sentir e fazer aquilo que realmente quer e gosta!!!

aliás, não foi só um coração aliviado, foram 3: o meu, o da minha mãe e o da minha tata...

familia... êta bichinho complicado, sô!!!

19 agosto 2006

coisas de criança

quando eu era mais nova minha mãe tinha uma amiga, que tinha uma filha, que insistia em ser minha amiga!!!

o quarto dela era cheio de bonecas, de todos os tipos e tamanhos, todas tinham nome e sobrenome, várias roupas e acessórios, e por mais que isso talvez fosse o sonho de qualquer menina, eu O-DI-A-VA ter que passar as tardes na casa dela...

tudo naquele quarto era intocável, eu não podia pentear, apertar, ninar, trocar, nem pegar nenhuma daquelas infinitas bonecas e bichos de pelúcia... mas o que mais me incomodava é que ela tinha uma caixinha cheia de miniclips coloridos... e não me dava nenhum!!!

todas as vezes que eu ía pra casa dela eu pedia... e ela dizia não... ai mudava de assunto, colocava algum brinquedo de pilha pra funcionar, tentando me distrair... claro que sempre a mais de 2 metros de distância, pra que eu não pudesse pegar!!!

nossas mães nos faziam tão amigas que chegamos a viajar pro exterior juntas...

era muito estranho, ela era o máximo, tinha todos aqueles brinquedos lindos, a mãe dela deixava ela usar absorvente mesmo sem nunca ter mestruado, e ela levava todo dia um ursinho idiota pra passear pela disney!!!

mas ela perdeu o tal ursinho, deixou cair na volta do barco vicking e ele sumiu (aliás, preciso fazer um parênteses - e este será um parênteses entre parênteses - em toda a minha vida eu só fui uma única vez no barco vicking. quando eu era mais criança ainda, na primeira vez em que fui ao playcenter, minha mãe me levou pra passear no barco e eu vomitei em todo mundo - hahahaha, imagine que lindo isso com o barco em movimento, parece até filme - e desse dia em diante eu nunca mais entrei em algo parecido)

então, na volta da disney o teddy rukspin dela quebrou (alguém lembra desse urso??? "oi, meu nome é teddy rukspin, podemos ser amigos?")

muitos anos depois, por volta de 97, 98, ainda estudavamos juntas, eu já tinha outra turma de amigos, outros gostos e vontades... mas ela sempre me escrevia bilhetinhos, que ficavam sempre sem resposta... nessa mesma época ela tentava saber o que acontecia comigo, e eu sempre dava um jeitinho de mandá-la à merda da forma mais simpática que eu pudesse... (a camila sempre me lembra do dia em que ela chegou: "fê, oq aconteceu, pq vc tá chorando? e eu: "se eu quisesse te contar eu te chamava" - eis o máximo da simpatia)

não nos vimos mais... só nos cruzamos uma vez a uns dois anos atrás, num aniversário, onde estava toda a galera que estudou com a gente no 3º colegial. oi. oi. tchau. tchau.

espero que ela esteja bem, tenho certeza de que já superei todos os traumas que ela e o quarto dela me causaram, sou muito mais feliz hj, eu e os meus miniclips. meus, só meus. mas se alguém me pedir eu dou.

ah, e pode brincar com as minhas bonecas também!!!

16 agosto 2006

o pote de ouro

quantos arco-íris eu já vi? 3, 4, talvez 5. quantas vezes eu imaginei um pote de ouro lá no final? sei lá, acho que penso nisso todos os dias...

hj um e-mail me fez pensar na vida... de novo... na verdade acho que o e-mail é desculpa, eu vivo pensando na vida...

uma amiga me mandou o tal e-mail, eu mandei outro de volta... mas me pareceu como horas e horas de bar, cerveja e muita conversa (com ela e comigo mesma). acho que vou ficar aqui ansiosa pela resposta dela, ou por um convite pra sair por ai!!!

outro dia estava conversando com o adri, sobre profissões e afins, e disse que eu não queria trabalhar com designer, criação etc pq gosto de fazer estas coisas por prazer, não por obrigação... e hj descobri que, na verdade, não gosto de fazer nada por obrigação.

prazos, horários, agenda... nada disso é pra mim... eu gosto de viver e fazer coisas imediatas e inesperadas.

hahahahaha... mas quem consegue viver assim o tempo todo??? pra isso vc precisa ter dinheiro no bolso, sorte e tempo, muuuito tempo...

admiro os que escrevem, desenham, falam, interpretam, cantam... me fascina.

eu adoro lápis de cor, cinema, tinta, música... tudo isso pra mim é inconstante, é arte, é pura e simplesmente liberdade de obrigações (ou deveria ser)...

já tentei, mas sempre sinto que falta alguma coisa... talvez seja essa minha mania de perfeição e segurança...

de qualquer forma, eu vivo assim aos pouquinhos, mesmo sem dinheiro, sorte ou tempo...

(no desenho o adri e eu, pelos olhos da morgana - nossa sobrinha - com uma ajudinha da júlia, mãe dela)

14 agosto 2006

tv


quando eu fui morar sozinha levei algumas coisas que tinha na casa dos meus pais, inclusive a tv, mas depois de um mês ela voltou pra casa deles!!!

conheci o adri e vivemos juntos quase 4 anos sem tv. até lembro que ela apareceu em casa quando passou aquela minisserie da globo "hoje é dia de maria", depois ela perdeu a utilidade de novo e voltou pra casa da minha mãe!!!

então, ano passado, compramos um videogame e aí a tv tornou-se necessária de novo!!! e quando mudamos pro apartamento que estamos agora acabamos comprando uma tv maior e um home, pro jogo ficar mais real...

e como, quando não estávamos jogando, a tv continuava ali, desligada, resolvemos que tv a cabo seria útil!!!

se eu contar desde a época que mudei da casa dos meus pais, já deve fazer uns 5 ou 6 anos que eu não sei o que acontece na rede globo, no sbt, record, bandeirantes...

às vezes eu vou na casa de algum amigo ou parente e ela tá lá, ligada em algum programa que eu não conheço. não me incomodo, mas também não faço questão de assistir, na verdade eu acho falta de educação eu ter ido visitar alguém e a pessoa insistir em manter a tv em algum programa chato.

não me incomodo em ver um show, um filme, um desenho, um telejornal, mas parar pra assistir "pânico na tv", "a praça é nossa", "programa do ratinho", "gugu" e afins não dá!!!

eu me considero uma pessoa muito inteligente pra perder tempo com estas coisas!!! não me incomodo que as pessoas assistam, só espero que elas saibam o que estão assistindo, que tenham olhos críticos!!! mesmo pq eu, hj, só posso criticar pq um dia me dei ao trabalho de assistir...

isso deve estar parecendo discurso de gente metida a politizada que acha tudo errado e quer dar palpite na vida e nos atos de todo mundo. não é, esta é só a MINHA opinião, e espero que cada um tenha a sua!!!

eu já acompanhei muita novela, já assisti muito "show do milhão", "sai de baixo", "faustão", "qual é a musica", "porta da esperança" e afins... gostei, ri, me diverti, mas hoje eu sou muito mais seletiva e prefiro escolher melhor o que eu vou deixar meu cérebro absorver!!!

eu nunca ligo a tv só por ligar... já entendi pra que serve o controle remoto... eu mudo de canal, procuro alguma coisa legal, alguma coisa que me acrescente algo, e se não achar, prefiro um jogo, uma música, um livro, uma brincadeira...

eu não gosto do michael moore, mas no filme "tiros em columbine" ele fala um pouco disso, não que eu acredite nas merdas que ele fala pra ganhar fama e dinheiro, mas me parece lógico afirmar que um povo que vê violência todo dia e toda hora (e acha normal) acabe por se tornar violento.

pô, a tv está em quase todas as casas, ruas, bares, é o meio de comunicação que dita o que é certo e o que é errado, que nos dá exemplos e nos serve de espelho da sociedade em que vivemos!!!

mas, será que a gente vive uma novela onde tudo é traição, assassinato, algum plano criminoso mirabolante, com usuários de drogas, álcool e outros derivativos? será que vivemos como um grupo de babacas que se divertem tirando sarro e humilhando pessoas na rua? será que somos todos terroristas e devemos ter medo de sair na rua pois sempre pode está acontecendo algum tiroteio?

eu sei que estas coisas acontecem, mas vendo o mundo pela tela da tv parece que coisas boas nunca acontecem...

é legal anotar as receitas da ana maria braga, acompanhar alguma série ou novela, assistir o jornal pra ver o que anda acontecendo no brasil e no mundo, mas também é muito bom bater um papo com os amigos, ir a um teatro, cinema, namorar, jogar...

lembrei de farenheit 451, e lembrei da familia da tv... e lembrei que viver a MINHA vida, e não a vida que me mostram na tv é muito mais divertido e saudável!!!

07 agosto 2006

a dança das águas


quando eu era criança, uma vez meus pais me levaram pra ver a "dança das águas" em algum parque, possivelmente o playcenter.

pra mim aquilo foi o máximo, aquelas águas coloridas (pq eu achava que eram) pulando sozinhas ao som de uma música que eu nem conhecia, fantástico.

mas eu nunca mais voltei a me encontrar com as águas mágicas.

e de repente, um dia, depois de velha, eu vejo minhas velhas amigas ali, no lago do ibirapuera.

o parque pra mim já é o mais bonito cartão postal de são paulo, os outros sempre remetem a uma cidade cheia de prédios, transito: av. paulista, masp, copan, estação da luz, ipiranga, são joão... e o parque ibirapuera, que tem a imagem contrária de tudo aquilo que a gente conhece por são paulo.... é lindo!!! (não o parque - mas ele tbém - e sim a imagem que ele me faz ter dessa cidade que me surra, mas pela qual sou apaixonada)

sábado eu passei pela av. ibirapuera (o que não é muito comum) e, pela primeira vez, elas estavam dançando, com luzes, e som, e uma platéia enorme. eu já sabia que elas faziam isso, mas nunca pensei em conferir os horários e aparecer por lá!!!

me arrepiei, o simbolo da minha cidade e uma lembrança mágica da minha infância ali, entre carros, prédios, pessoas...

a lágrima que talvez eu tenha deixado escapar foi se juntar àquele show de cores e emoções...

por isso, quando vc passar por lá, se elas estiverem dançando, lembre-se que ali deixei um pedaço da minha história!!!

04 agosto 2006

ônibus


dava pra escrever um diário com tudo o que acontece num ônibus qualquer.

sempre que pego algum acontecem coisas estranhas e irritantes.

as irritantes são sempre comuns e se repetem:

• aquela que fica na porta e não vai descer;
• aquele que quer entrar antes de todos, atropela todos os usuários de banco exclusivo;
• a que coloca a mala sentadinha do lado, ocupando um espaço que deveria ser seu;
• vc de pé, com 30 pastas, e a dondoca sentada, feliz nem se liga de te ajudar carregando alguma coisa;
• o único banco aparentemente vazio ser o do lado da "gorda baleia saco de areia" que ocupa o lugar equivalente a duas bundas com uma só;
• aquela que vem com a criança, menor de 6 anos, não paga, mas coloca a criança no banco! (pô, se não paga é pq não ocupa banco, pq é pequena o suficiente pra ir no colo, tô certa?);
• isso sem contar os ambulantes que às vezes aparecem vendendo até a mãe;

as coisas estranhas, num geral são cômicas, mas são incomuns (infelizmente - ou não)

• ficar de pé, no calor. o suor desce direto pro cofrinho (e faz cócegas);
• pessoas cantando, tocando etc.. fazendo arte (isso é mais comum nos ônibus que voltam da usp, de preferência no horário de saída do pessoal do noturno);
• o cara do seu lado tentando ler o seu livro e vc se torcendo pra ajudar ou atrapalhar (já aconteceu comigo um cara que lia em voz alta, sussurrando no meu ouvido);
• ou o mesmo cara, pescando de sono e chacoalhando a cada 2 minutos;
• um "artista" tentando convencer cantando músicas e garotas com um sotaque fajuto americano;
• o louco, que fala sozinho, fala com o motorista, com o cobrador, com vc, com deus, com o gasparzinho...

só lembrei disso tudo pq hj, num ônibus, uma menina se desequilibrou e meu deu uma porrada na testa, de desarrumar o óculos e o cabelo (uma TEBA).

tenho que admitir, sou neonibusfóbica!!! (neo: novo; ônibus: meio de transporte coletivo; fóbica: cagona; daí neonibusfóbica: aquela que caga de medo de pergar ônibus novo, diferente).

toda vez que eu preciso ir a algum lugar que não conheço eu olho no guia, desenho o mapa do lugar, consulto o site da sptrans, ligo 3 vezes para 156, 2 vezes pra alguém que more ou trabalhe perto do meu destino e pergunto mais algumas vezes para cada um que eu encontrar.

depois do dia que me deram informação errada eu não acredito mais no que diz o 156, mas sempre ligo. e quando eu encontro um ônibus certo eu fico o caminho todo olhando TODAS as placas de rua, pra tentar me localizar (o que, invariavelmente, é inútil).

não consigo, também, pegar 2 ônibus se eu tiver de descer do primeiro em algum lugar que eu não conheça (aliás, eu nunca peguei 2 ônibus por indicação, só por certeza e em caso de extreeeeeema nescessidade).

nunca consegui acreditar no bilhete único, eu sempre ando com ele e mais dois reais no bolso em caso de falha.

eu sempre tenho vontade de fazer alguma coisa com a pessoa sentada na minha frente, arrumar a etiqueta, a gola, puxar o cabelo, cutucar e disfarçar, e outras coisas nesse caminho.

às vezes eu não posso evitar, e surgem novos ônibus em minha vida, ai, qdo eu chego no meu destino (pois nem sempre eu chego) é uma felicidade efêmera (palavra bonita, hein???), dura o tempo suficiente de eu descobrir que vou ter que repetir todos os passo pra poder encontrar outro ônibus pra voltar.